As nossas pesquisas


Freira da Madeira

A Freira da Madeira (Pterodroma mollis), endemismo da ilha da Madeira é a ave marinha mais ameaçada da Europa.
Tem aproximadamente 32 cm podendo viver até os 15 anos, mas só se torna reprodutiva aos 6 anos de idade. A população está estimada em 60-70 casais reprodutores. Alimenta-se no mar, mas é nas montanhas que vive a maior parte do tempo, acasala e procria. Nidifica em locais inacessíveis a 1600m de altitude no Maciço Montanhoso Central.
O ninho é escavado no solo pelo que a existência de áreas não erosionadas é vital para a sobrevivência da espécie. Após o período de acasalamento e preparação dos ninhos, as aves vão para o mar onde permanecem, até a altura da postura e incubação.
lassificada mundialmente como espécie em “perigo de extinção”, tem como principais factores de ameaça a predação de ovos e juvenis por animais introduzidos, nomeadamente ratos e gatos, degradação do habitat de nidificação por parte dos herbívoros, também introduzidos (ovelhas, cabras, coelhos), avanço do estado de erosão das zonas de montanha e captura de ovos e indivíduos por parte de coleccionadores e comerciantes (no passado).
As ilhas sempre foram particularmente vulneráveis às introduções de seres vivos. A maioria das extinções de aves ocorreu em ilhas e isto torna-se particularmente grave, se tivermos em conta que 20% das aves do Mundo ocorrem em ilhas e que quanto menor é a ilha, maior é o risco de extinção.

 
Bis-Bis


O Bis Bis – Regulus ignicapillus madeirensis – é uma subespécie madeirense. É também a ave mais pequena existente na Região que pode ser facilmente identificada pelo seu “nervosismo”, pois é muito irrequieta, e pelo seu canto, que soa como o próprio nome: bis bis.
Pode ser visto em três tipos de habitats: Floresta Laurissilva, Floresta Exótica e áreas agrícolas, mas somente pode ser observada em zonas altas.
É muito apreciadora de zonas onde as Urzes abundam.
A sua alimentação resume-se aos insectos que caça nos ramos dessas mesmas Urzes e restante vegetação de altitude.
Frequentadora comum das nossas Levadas, tem vindo a aumentar o seu número de indivíduos, facto que pode ser comprovado com uma boa caminhada ou um simples passeio às “zonas altas”.
Os sexos diferenciam-se pela
cor da “crista”: o macho tem-na laranja e a fêmea amarela.
Os seus ninhos têm dimensões reduzidas, tal como os próprios indivíduos, são construídos em arbustos e ocupados entre Maio e Julho.
Trabalho elaborado pela aluna Cátia


A tarântula das Desertas

A tarântula das Desertas, espécie endémica que só ocorre na Deserta Grande, está a ser ameaçada. O vector de ameaça é a 'Phalaris aquatica', planta da família das gramíneas, que já está a ocupar uma área vasta (cerca de 20 hectares) do Vale da Castanheira.
Segundo explicou ao DIÁRIO o director do Serviço do Parque Natural da Madeira (SPNM), Paulo Oliveira, o problema da 'Phalaris' começou a surgir após a o trabalho de erradicação dos coelhos e da redução do número de cabras na Deserta Grande. "Antes a espécie estava naturalmente controlada", refere. Porém, e com as condições que o Vale da Castanheira oferece (protecção ao vento, mais retenção de água e grau de humidade) a planta tem se vindo a expandir.
Com sementes de fácil dispersão e raízes densas, a Phalaris tem afectado a biodiversidade do Vale da Castanheira, impedindo que algumas plantas possam se desenvolver, afectando o habitat do caracol endémico da nossa ilha e 'afugentando' as tarântulas.

Pesquisa Realizada por:
Ricardo Sousa, João Alberto, Diogo Sousa